quinta-feira, 22 de julho de 2010

Me desculpe

Eu não tenho nada bonito pra escrever.
Tenho o que trago.
Mais um trago, e tenho, tudo que quero.
Mais uma noite...

Mais uma noite sem dormir.
Mais uma noite, sem sonhar.

Dizia um lembrete no meu armário,
que os "sonhadores são duros na queda".
Arranquei-o tentando não cair.

Mas caí.
E botei os pés no chão.
E não sonho mais.

Me desculpe.
Eu não tenho nada de bom pra contar.

Eu tenho só saudades,
e uma vontade grande de te ver.

Juliana, insone.

Antes de tentar

Faca e pedra, como um animal;
Vociferando a minha vida,
para dois burocratas frios.

Depois da tapa, o terror.
Depois do choro, o enterro.

Nunca me senti tão fora de mim.
Não me sinto mal assim, desde nunca.

Na cama o desconforto, que incomoda, corrói...
Só me faz pensar em tudo que me deixa pior.
Dor e drama e sangue
digna de qualquer história

Atravesso a rua por um cigarro.
Vou mais além por tudo que tenho no bolso por um final de garrafa de Gin
Tão amargo e tão ruim, só pra saber
Que existe sensação pior
do que a de se sentir só,
só, e somente, só
Neste mundo morto.

Da lâmina no corpo, me filetando com rancor eu penso em tudo.
É o minuto final, e penso de novo. E penso no seu sorriso.
E penso na sua voz.
"Adeus, meu amor."
Escrevo com o sangue mal jorrado num caderno que não diz nada.
Derramo lágrimas em cima de um caderno que não diz nada.

Eu não consigo ver ponte nenhuma
Eu não consigo atravessar.


Juliana, ao avesso.