quarta-feira, 29 de julho de 2009

Boudoir

Comprei meias de mulher, pra você arrancar
enquanto o quarto se embriagar de blues e rock n' roll;
Música pra a gente trepar.

No teto espelho? Eu acho que você já me conhece...
Qualquer lugar...todos os lugares!
A culpa é sua, vampiro maldito!
Me come os olhos, me come...
Às vezes não consigo nem te encarar.

Eu tirei a roupa...A guitarra me fez tirar!
Mais uma dose, dupla, sem gelo, sem mais nada...
Ele me olha do jeito mais sensual do mundo
e não diz nada, nem precisa.

Sabores, fumaça e suor,
em meio aos vestígios do começo da noite
Na mente, na boca, no sangue...

Tem um sorriso na minha cabeça que não sai.

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Eu sou uma espiã
Na casa do amor.



- Juliana

domingo, 26 de julho de 2009

Pé e Cais

Sorriso entregue, sem jogo;
O que há de melhor na minha boca,
e na sua em dobro.

- Bora?
- Vamo nessa!

Beber o Recife,
na beira do Rio.
Me abraça, pra espantar o frio
e o caranguejo que me leva
em quatro rodas (e não de carro),
pra nossa boemia e algumas canções.

Não mexe mais não,
que eu acabo pulando...

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Boa Vista, boa noite;
Eu adoro andar assim...

- Juliana mais velha

sábado, 25 de julho de 2009

Sirène


Eu não procuro por nada
Se fantasio, é por meu eterno amor à ilusão
A inexistência é fantástica, aterrorizante...
Não é nada com você, nunca será!

Eu vou com o vento e o aprecio no caminho
Não pela beleza, ou pelas suas palavras bonitas
Mas somente, pela sua poesia.

Eu não quero você.
Eu quero o que há em você.


- Juliana na janela.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Espartilho de Vitrúvio

Queria que você tivesse essa graça;
mas tens um corpo que briga com a simetria
e uma boca que briga com qualquer coisa.

Talvez ainda saia algo de doce, de você.
Talvez ainda reste mais que essas palavras e essa expressão no seu rosto.
Não afasta, menina.
Olha pra mim...

Deita dentro de mim e descansa tua agonia,
na metade de um sorriso meu;
Que eu dou, querendo chorar,
e faço, querendo morrer;
O que você pedir, o que você quiser...


- Juliana, interrompida.

Canção da Torre Mais Alta

Mocidade presa
A tudo oprimida
Por delicadeza
Eu perdi a vida.
Ah! Que o tempo venha
Em que a alma se empenha.

Eu me disse: cessa,
Que ninguém te veja:
E sem a promessa
De algum bem que seja.
A ti só aspiro
Augusto retiro.

Tamanha paciência
Não me hei de esquecer.
Temor e dolência,
Aos céus fiz erguer.
E esta sede estranha
A ofuscar-me a entranha.

Qual o Prado imenso
Condenado a olvido,
Que cresce florido
De joio e de incenso
Ao feroz zunzum das
Moscas imundas.


(Rimbaud)

-

Visceral e lindo;
"Ou est elle la Mort?
Toujours future ou passée
Apeine est-elle presente, que deja;
elle n'est plus"


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les carrières de Paris...
de le coeur des poètes


- Jujou et ostracisme

quarta-feira, 22 de julho de 2009



- I say, fuck them

O pirata - Ave Sangria

Não se iluda, minha calma não tem nada a ver
Sou bandido, sou sem alma e minto
Minha casa é o reino do mal
Meu pai é um animal
Minha mãe há muito que enlouqueceu
Só resta eu com a minha faca e a minha nau

Sou pirata, solitário, sem mais nada
Sem bandeira, sem espada, no mar pra viver
Sangue e vinho derramados no convés
Sons de gaitas, violões e pés
Quando de repente surgem dez canhões
Era o Barba Negra com a sua turma e suas canções

Não me ame, eu não quero ver você assim
Vá-se embora, eu não choro, sei cuidar de mim
Eu não tenho todas essas ilusões e apesar de ter tantos corações
Minha guerra nunca, nunca vai ter fim
Sim, sim eu sei, faço meu sorriso e faço minha lei

Sou pirata, solitário, sem mais nada
Sem bandeira, sem espada, no mar pra viver
Sangue e vinho derramados no convés
Sons de gaitas, violões e pés
Quando de repente surgem dez canhões
Era o Barba Negra com a sua turma e suas canções

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- Juliana chutando o balde e vomitando sangue

terça-feira, 21 de julho de 2009



Eu tinha grandes planos.
Queria me libertar disso...

Diálogo à luz vermelha

Pelos meus caminhos,
em cima do meu cavalo.

Eu não sou ovelha, meu pai

A solidão se tornou parte de mim
porque neste quarto me trancaram.
Como se Juliana apagasse, atrás das chaves, atrás das grades...

Não é coincidência.
Vai me crucificar por causa do cigarro;
Vai me crucificar por causa da bebida.

Eu não sou isso, se você acha tão importante;
mesmo assim, não vais conseguir apagar qualquer coisa de dentro de mim.

E quem tem culpa, de cair num mundo desse?
Ninguém tem culpa.Todos têm.

Eu choro em cima das minhas mãos trêmulas,
enquanto escrevo pra ninguém ler.
Não sou cria sua! Não poderia...

Sou filha do mundo
Sou filha da poesia

Sou feita de fogo
E de pedra eu me tornei,
pelas suas mãos.

Eu não vou me calar
Eu não vou morrer

Continue achando que eu sou pura idiotice e estupidez.
Você é um grande homem!
De certo, deve estar coberto de razão.

Minha vida inteira eu quis provar alguma coisa.
Mas neste exato momento,
eu não queria provar porra nenhuma.



- Juliana e a Inquisição. Pronta pra ser queimada na fogueira.

segunda-feira, 20 de julho de 2009



combustível e companhia
pra esquecer do gosto sem graça
da vida sem boemia



- Ju

Marquise

Pro inferno!
O Inverno e a sua brasa.
Sangue e fumaça, no meio da rua,
na varanda apertada com vista pra praça.

Faz frio, menino;
de doer no coração.
Mas se vive até o dia que a alma discordar e
quiser brigar com a própria agonia.

Saudando o fogo,
acendendo a mente ativa,
colocando na minha boca,
alegria proibida.

Sorrir.
Que é a melhor cura para as doenças da alma.
Encarar, em carne viva, sem armadura
qualquer coisa que não seja.

E congelando na chuva, sorrir.



-


Eu gosto quando a noite faz a gente mudar de idéia.


- Ju

quarta-feira, 15 de julho de 2009


The frontier of loss
breakin' up my fuckin' mind
alice, alice, alice!
remember!



- Juliana se divertindo!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Désert


J´adore le désert. Ao soleil!
"Posseder la verité dans une âme et um corps, Julian."
C'est le demón me saisissant...

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Rimbaud, mal acabado. Arrumado à minha maneira.
Como um recado da alma ao meu próprio dessabor.

Eu adoro o deserto.


- Juliana, chorando.

Divã

Se eu não fosse uma criança destraída e sem limites,
eu saberia o que dizer.
Se eu não fosse essa pessoa horrível,
eu me sentiria pior, juro.

"Gravíssima! Derradeira! " eles vêm me dizer apavorados.
E me fazem aqueles olhos estúpidos.

Você, com tanta convicção no seu português bem falado e bem escrito. Na sua fantasia intelectualóide hollywoodiana, defensor de todas as causas mais ridículas
, fala (como se fosse um terapeuta) da vida como se tivesse alguma propriedade:

- Deveria abandonar o auto-flagelo, Juliana. Seu pessimismo é quase homicida.


Eu sugiro uma punheta e o cano de uma 45 dentro da sua boca.


Já rio de mim, todos as horas
e até me acho engraçada por isso...


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- Juliana, sem meio-termo.


(The Hollies - I am a rock)

Segunda noite

"É já escuro em seu quarto e ele tem a alma triste e vazia. À sua volta desvaneceu-se todo um império de sonhos: secretamente, sem ruído, sem deixar provas, como só um sonho pode desvanecer-se, e ele nem sequer poderia contar aquilo que viu. (...) Reina o silêncio no pequeno quarto; a solidão e o ócio acariciam sua imaginação (...) "


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Épico Dostoiévski; numa tarde tão parecida.

de Noites Brancas


- Juliana, letárgica.

sábado, 11 de julho de 2009


que "não só a vaidade, mas também a falta de juízo..."
seu puto.
- Juliana

Banquinho

Queria falar com você
Não tenho fé.

Acende meu cigarro...
Por esta noite eu peço mais;
E não é só por isso.

A lua me falou que a luz dela
é que eu devia procurar,
E não você.

Eu sou idiota assim mesmo.

Pareço uma dessas noviças.
Ri de mim, vai.
Eu também estou rindo.

Pode ir...
Eu espero a manhã beijar só a mim.


- Juliana-canção.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Final de Semana

O homem dos olhos de raio X - Lenine

Quando você triscou por mim o aroma
Me despertou de um estado de coma
Quando você partiu pra mim o embaraço
Deu ferrugem nos meus nervos de aço

Meus olhos de raio x cegaram de medo, é...

Pois tua alma é de chumbo e segredo

Quando você piscou por mim, indecisa
Eu fui a razão do riso da Monalisa
Quando você sorriu pra mim um beijo
Na hora "H" foi como detonar a bomba do meu desejo

Meus olhos de raio x cegaram de medo, é...
Pois tua alma é de chumbo e segredo

Meus olhos,
Meus olhos,
Meus olhos...
Meus olhos de raio x...


Alzira bebendo vodca de fronte da torre Malakoff
descobre que o chão do Recife afunda um milímetro a cada gole
Alzira na Rua do Hospício, no meio do asfalto fez um jardim
em que paraíso distante Alzira espera por mim?


Quando você triscou por mim o aroma
Me despertou de um estado de coma
Quando você partiu pra mim o embaraço
Deu ferrugem nos meus nervos de aço


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Ahaha! :)

- Juliana, de boa.