quinta-feira, 26 de novembro de 2009

The Doors - Riders on the storm

Riders on the storm,
Riders on the storm,

into this house we're born,
into this world we're thrown
like a dog without a bone,
an actor out alone,

riders on the storm

There's a killer on the road
His brain is squirming like a toad
Take a long holiday
Let your children play
If you give this man a ride
Sweet family will die
Killer on the road

(music)

Girl you gotta love your man
Girl you gotta love your man
Take him by the hand
Make him understand
The world on you depends
Or life will never end
Gotta love your man

Juízo de valor (ou quatrocentos)

- Você me custa quatrocentos reais, e uns trocados por mês.

Eu juro que vejo isso sair da sua boca, num tom amargo e sombrio.
Antes fosse eu, só uma despesa a mais e uma alegria a menos.

Mais ainda um peso e um estorvo, um cachorro dramático que chora com cada tapa que você me dá.

Continuo agonizando.
e não existindo.

A vida ensina,
mas lembre-se que ela é escola de todos.


- Juliana, correndo.

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Eu sou mãe de mim mesma.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009


- See you, space cowboy...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Vestido

Eu perdi.
Eu sou perdedora.
Perdi todas as batalhas da minha vida.
Minha vaidade foi minha grande aliada e hoje está no mesmo fundo de poço que eu.

Não me olho mais no espelho.

Eu perdi.
Não sou como esses grandes intelectuais.
Meu ego é meu grande tesouro
E ao eu menos admito.

Estou destruída.
Por causa de uma simples frase dita ontem à noite.

Somos todos filhos das coisas que dizemos repudiar.

- Juliana.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Pulmão

Voltar pra casa com você e com todas aquelas luzes me deixou anestesiada. Aquela música que você colocou-me pra ouvir, se encaixou perfeita nos buracos da minha mente.
Eu queria não ter que descer nunca mais, amor.
Eu queria deitar minha cabeça no seu braço, e deixá-lo dormente.
E me enrolar a noite toda pelos lençóis, procurando você, procurando calor...
Eu queria mais uma dose
e mais um...
talvez dois.

E silenciar minha embreaguez do seu lado, numa cama ou numa canoa;
Descendo o rio, e vendo aquele letreiro brilhar tão bonito...
Vendo a noite passar tão devagar


- Juliana e Victor

domingo, 25 de outubro de 2009

As vitrines

Eu te vejo sumir por aí
Te avisei que a cidade era um vão
Dá tua mão, olha prá mim
Não faz assim, não vá lá, não

Os letreiros a te colorir
Embaraçam a minha visão
Eu te vi suspirar de aflição
E sair da sessão frouxa de rir

Já te vejo brincando gostando de ser
Tua sombra se multiplicar
Nos teus olhos também posso ver
As vitrines te vendo passar

Na galeria, cada clarão
É como um dia depois de outro dia
Abrindo o salão
Passas em exposição
Passas sem ver teu vigia
Catando a poesia
que entornas no chão

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Para você, minha flor
que me atira facas, pedras e tapas na cara
na esperança que eu me torne quem tu és.

- Juliana.

Becos

Furiosa, eu anuncio minha dor ao mundo. Numa caminhada fria, eu vomito.
Bêbada, cambaleante, valente...

Empunho uma arma e uma garrafa de vinho sem rótulo, e brinco na rua.
Rodopio, cirandeando com os tambores que tocam dentro de mim.
O cigarro, incendiário, passa de leve pelo veneno que escorre da minha boca.
E eu me torno imune, engolindo minhas próprias agonias.

"Cobra. Você é uma cobra."

Eu sou uma cobra.
Eu me rastejo pela noite.
Eu me rastejo pela vida.

Eu sou uma rainha.

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"Ouça-me bem amor, preste atenção o mundo é um moinho."

- Juliana-réptil.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Soneto para Victor

No fim da rua eu o vi à noite,
e me parecia uma aparição.
Brilhante e lindo, um Sorriso,
que me fez sorrir o coração.

Com meus olhos em fogo e brasa,
eu me levantei para encarar,
duas hienas burras prestes à atacar
um vampiro saboroso: o meu jantar.

Esperando um momento certo,
resolvi que ia ser desse jeito
levei o vampiro num beco suspeito
e todo meu desejo, resolvi mostrar.

Agora eu espero uivando
todo dia, para a noite chegar.
Numa moita, escondida, aguardando
minha caça, vir aqui me caçar.




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Um poema engraçadinho,
para o meu macaquinho.
Com cara de soneto,
e alma de livrinho.


Juliana, sorrindo.

Pacífico Norte

Abandonar...
Porque eu aprendi a abandonar coisas ruins,
me engalfinhando com minha própria angústia.

Do lado de cá, existem coisas que eu nunca gostaria de ter pronunciado,
mas elas saem da minha boca como vermes saem de um corpo morto.

Abandonar!
Essa agonia, filha de noites tão tristes e mal dormidas;
Esse olhar de animal domesticado, como se eu estivesse numa eterna quarentena.

Abandonar esse trabalho medíocre, essa casa mal-assombrada, esse círculo de leprosos que me sufocam, todos os dias, me olhando como se não fosse normal não ter esse sorriso burro e produzido na cara, me desculpando toda hora por pisar fora da linha.

Abandonar essa não-vida e ir-me embora com o mar!
Eu sou pirata.

E se me falar do seu senhor mais uma vez, corto sua língua, vagabunda, e te ponho na prancha
pra alimentar meus filhos todos.



- Juliana, esperando.

domingo, 6 de setembro de 2009

Sobre você

Ególatra filha da puta.
Eu poderia dizer um milhão de coisas agora, mas eu estou muito puto.
Só consigo pensar que não acredito que fez isso..

Eu fico aqui, como uma pedra, esperando você, o mar, encostar em mim...
Até que seja maré alta, lua cheia...
E de repente, te vejo nos braços de outro.

Eu odeio você, e tudo que você disse pra mim.
Eu fiz de tudo, e não me quisestes.
Morre, coisa do diabo...
Que cada vez que vejo teu sorriso, me engano mais...


- Juliana, incorporando.

domingo, 16 de agosto de 2009

Já não me importo

Já não me importo
Até com o que amo ou creio amar.
Sou um navio que chegou a um porto
E cujo movimento é ali estar.

Nada me resta
Do que quis ou achei.
Cheguei da festa
Como fui para lá ou ainda irei

Indiferente
A quem sou ou suponho que mal sou,

Fito a gente
Que me rodeia e sempre rodeou,

Com um olhar
Que, sem o poder ver,
Sei que é sem ar
De olhar a valer.

E só me não cansa
O que a brisa me traz
De súbita mudança
No que nada me faz.


- Fernando Pessoa

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

2:45

Demônio que toma conta de mim
Cortando meu pulmão a cada pisada de pé
Expulsando suas garras, esticando-se até o meu fim

Ele sussura no quarto,
palavras que eu ouço sair da minha própria boca:
"Você quer morrer esta noite?"

E agonizando, sem ar
Eu dou meus últimos suspiros
Você quer saber?
Eu estou tremendo, está muito frio,
mas me vem na cabeça uma imagem muito bonita.

Antes de dormir,
eu coloquei uma música que faz minha alma chorar...
Água santa, via erva sem amônia
no meio caminho, uma flor que brilha diferente
"Você está vendo querida?"

A salvação é eternizar-se.

Eu vou embora essa noite
Cheia de sonhos e presentes
Me encontrar com uma legião de poetas


- Juliana sem ar.

domingo, 2 de agosto de 2009

i'm shaking;
i'm leaving...

sábado, 1 de agosto de 2009

Vida boa

Ele tem uma inclinação pelas pompas cristãs-heterossexuais-burguesas.
Vai ter um emprego respeitável, um carro novo, brilhante. Vai procurar uma vadia recuperada de alguma boa família pra se casar, e ter filhos que mais tarde vão participar de comerciais de fralda.

Fique longe, dessas coisas desvirtuosas, seu moço.
Coisa que não presta...Gente que não presta!
Hahaha!


Fique longe, que ganharás de recompensa teu terreno no céu.
...Ou uma cobertura em Copacabana.

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E boa sorte com isso...

- Juliana.

Fumo de Menta

Não olhe pra mim!
Você não se importa...
Então não me dê este maldito olhar.

Eu caço coelhos.
Eu corro pra alcançar, coisas que nem acredito...
E é desse jeito...
Eu arranco de mim, esse cheiro de morte.

Foda-se seu maldito muro.
Eu não acredito nisso.
É tudo teatro:
Tu faz o teu papel, eu faço o meu.
Porque nem és capaz de se arriscar
e nem eu consigo largar.

Desprazer de nós dois,
trocando esses malditos olhares...


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Quase nunca falo sério,
mas eu também não sei brincar...
Abre a boca.


- Juliana.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Boudoir

Comprei meias de mulher, pra você arrancar
enquanto o quarto se embriagar de blues e rock n' roll;
Música pra a gente trepar.

No teto espelho? Eu acho que você já me conhece...
Qualquer lugar...todos os lugares!
A culpa é sua, vampiro maldito!
Me come os olhos, me come...
Às vezes não consigo nem te encarar.

Eu tirei a roupa...A guitarra me fez tirar!
Mais uma dose, dupla, sem gelo, sem mais nada...
Ele me olha do jeito mais sensual do mundo
e não diz nada, nem precisa.

Sabores, fumaça e suor,
em meio aos vestígios do começo da noite
Na mente, na boca, no sangue...

Tem um sorriso na minha cabeça que não sai.

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Eu sou uma espiã
Na casa do amor.



- Juliana

domingo, 26 de julho de 2009

Pé e Cais

Sorriso entregue, sem jogo;
O que há de melhor na minha boca,
e na sua em dobro.

- Bora?
- Vamo nessa!

Beber o Recife,
na beira do Rio.
Me abraça, pra espantar o frio
e o caranguejo que me leva
em quatro rodas (e não de carro),
pra nossa boemia e algumas canções.

Não mexe mais não,
que eu acabo pulando...

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Boa Vista, boa noite;
Eu adoro andar assim...

- Juliana mais velha

sábado, 25 de julho de 2009

Sirène


Eu não procuro por nada
Se fantasio, é por meu eterno amor à ilusão
A inexistência é fantástica, aterrorizante...
Não é nada com você, nunca será!

Eu vou com o vento e o aprecio no caminho
Não pela beleza, ou pelas suas palavras bonitas
Mas somente, pela sua poesia.

Eu não quero você.
Eu quero o que há em você.


- Juliana na janela.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Espartilho de Vitrúvio

Queria que você tivesse essa graça;
mas tens um corpo que briga com a simetria
e uma boca que briga com qualquer coisa.

Talvez ainda saia algo de doce, de você.
Talvez ainda reste mais que essas palavras e essa expressão no seu rosto.
Não afasta, menina.
Olha pra mim...

Deita dentro de mim e descansa tua agonia,
na metade de um sorriso meu;
Que eu dou, querendo chorar,
e faço, querendo morrer;
O que você pedir, o que você quiser...


- Juliana, interrompida.

Canção da Torre Mais Alta

Mocidade presa
A tudo oprimida
Por delicadeza
Eu perdi a vida.
Ah! Que o tempo venha
Em que a alma se empenha.

Eu me disse: cessa,
Que ninguém te veja:
E sem a promessa
De algum bem que seja.
A ti só aspiro
Augusto retiro.

Tamanha paciência
Não me hei de esquecer.
Temor e dolência,
Aos céus fiz erguer.
E esta sede estranha
A ofuscar-me a entranha.

Qual o Prado imenso
Condenado a olvido,
Que cresce florido
De joio e de incenso
Ao feroz zunzum das
Moscas imundas.


(Rimbaud)

-

Visceral e lindo;
"Ou est elle la Mort?
Toujours future ou passée
Apeine est-elle presente, que deja;
elle n'est plus"


---

les carrières de Paris...
de le coeur des poètes


- Jujou et ostracisme

quarta-feira, 22 de julho de 2009



- I say, fuck them

O pirata - Ave Sangria

Não se iluda, minha calma não tem nada a ver
Sou bandido, sou sem alma e minto
Minha casa é o reino do mal
Meu pai é um animal
Minha mãe há muito que enlouqueceu
Só resta eu com a minha faca e a minha nau

Sou pirata, solitário, sem mais nada
Sem bandeira, sem espada, no mar pra viver
Sangue e vinho derramados no convés
Sons de gaitas, violões e pés
Quando de repente surgem dez canhões
Era o Barba Negra com a sua turma e suas canções

Não me ame, eu não quero ver você assim
Vá-se embora, eu não choro, sei cuidar de mim
Eu não tenho todas essas ilusões e apesar de ter tantos corações
Minha guerra nunca, nunca vai ter fim
Sim, sim eu sei, faço meu sorriso e faço minha lei

Sou pirata, solitário, sem mais nada
Sem bandeira, sem espada, no mar pra viver
Sangue e vinho derramados no convés
Sons de gaitas, violões e pés
Quando de repente surgem dez canhões
Era o Barba Negra com a sua turma e suas canções

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- Juliana chutando o balde e vomitando sangue

terça-feira, 21 de julho de 2009



Eu tinha grandes planos.
Queria me libertar disso...

Diálogo à luz vermelha

Pelos meus caminhos,
em cima do meu cavalo.

Eu não sou ovelha, meu pai

A solidão se tornou parte de mim
porque neste quarto me trancaram.
Como se Juliana apagasse, atrás das chaves, atrás das grades...

Não é coincidência.
Vai me crucificar por causa do cigarro;
Vai me crucificar por causa da bebida.

Eu não sou isso, se você acha tão importante;
mesmo assim, não vais conseguir apagar qualquer coisa de dentro de mim.

E quem tem culpa, de cair num mundo desse?
Ninguém tem culpa.Todos têm.

Eu choro em cima das minhas mãos trêmulas,
enquanto escrevo pra ninguém ler.
Não sou cria sua! Não poderia...

Sou filha do mundo
Sou filha da poesia

Sou feita de fogo
E de pedra eu me tornei,
pelas suas mãos.

Eu não vou me calar
Eu não vou morrer

Continue achando que eu sou pura idiotice e estupidez.
Você é um grande homem!
De certo, deve estar coberto de razão.

Minha vida inteira eu quis provar alguma coisa.
Mas neste exato momento,
eu não queria provar porra nenhuma.



- Juliana e a Inquisição. Pronta pra ser queimada na fogueira.

segunda-feira, 20 de julho de 2009



combustível e companhia
pra esquecer do gosto sem graça
da vida sem boemia



- Ju

Marquise

Pro inferno!
O Inverno e a sua brasa.
Sangue e fumaça, no meio da rua,
na varanda apertada com vista pra praça.

Faz frio, menino;
de doer no coração.
Mas se vive até o dia que a alma discordar e
quiser brigar com a própria agonia.

Saudando o fogo,
acendendo a mente ativa,
colocando na minha boca,
alegria proibida.

Sorrir.
Que é a melhor cura para as doenças da alma.
Encarar, em carne viva, sem armadura
qualquer coisa que não seja.

E congelando na chuva, sorrir.



-


Eu gosto quando a noite faz a gente mudar de idéia.


- Ju

quarta-feira, 15 de julho de 2009


The frontier of loss
breakin' up my fuckin' mind
alice, alice, alice!
remember!



- Juliana se divertindo!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Désert


J´adore le désert. Ao soleil!
"Posseder la verité dans une âme et um corps, Julian."
C'est le demón me saisissant...

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Rimbaud, mal acabado. Arrumado à minha maneira.
Como um recado da alma ao meu próprio dessabor.

Eu adoro o deserto.


- Juliana, chorando.

Divã

Se eu não fosse uma criança destraída e sem limites,
eu saberia o que dizer.
Se eu não fosse essa pessoa horrível,
eu me sentiria pior, juro.

"Gravíssima! Derradeira! " eles vêm me dizer apavorados.
E me fazem aqueles olhos estúpidos.

Você, com tanta convicção no seu português bem falado e bem escrito. Na sua fantasia intelectualóide hollywoodiana, defensor de todas as causas mais ridículas
, fala (como se fosse um terapeuta) da vida como se tivesse alguma propriedade:

- Deveria abandonar o auto-flagelo, Juliana. Seu pessimismo é quase homicida.


Eu sugiro uma punheta e o cano de uma 45 dentro da sua boca.


Já rio de mim, todos as horas
e até me acho engraçada por isso...


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- Juliana, sem meio-termo.


(The Hollies - I am a rock)

Segunda noite

"É já escuro em seu quarto e ele tem a alma triste e vazia. À sua volta desvaneceu-se todo um império de sonhos: secretamente, sem ruído, sem deixar provas, como só um sonho pode desvanecer-se, e ele nem sequer poderia contar aquilo que viu. (...) Reina o silêncio no pequeno quarto; a solidão e o ócio acariciam sua imaginação (...) "


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Épico Dostoiévski; numa tarde tão parecida.

de Noites Brancas


- Juliana, letárgica.

sábado, 11 de julho de 2009


que "não só a vaidade, mas também a falta de juízo..."
seu puto.
- Juliana

Banquinho

Queria falar com você
Não tenho fé.

Acende meu cigarro...
Por esta noite eu peço mais;
E não é só por isso.

A lua me falou que a luz dela
é que eu devia procurar,
E não você.

Eu sou idiota assim mesmo.

Pareço uma dessas noviças.
Ri de mim, vai.
Eu também estou rindo.

Pode ir...
Eu espero a manhã beijar só a mim.


- Juliana-canção.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Final de Semana

O homem dos olhos de raio X - Lenine

Quando você triscou por mim o aroma
Me despertou de um estado de coma
Quando você partiu pra mim o embaraço
Deu ferrugem nos meus nervos de aço

Meus olhos de raio x cegaram de medo, é...

Pois tua alma é de chumbo e segredo

Quando você piscou por mim, indecisa
Eu fui a razão do riso da Monalisa
Quando você sorriu pra mim um beijo
Na hora "H" foi como detonar a bomba do meu desejo

Meus olhos de raio x cegaram de medo, é...
Pois tua alma é de chumbo e segredo

Meus olhos,
Meus olhos,
Meus olhos...
Meus olhos de raio x...


Alzira bebendo vodca de fronte da torre Malakoff
descobre que o chão do Recife afunda um milímetro a cada gole
Alzira na Rua do Hospício, no meio do asfalto fez um jardim
em que paraíso distante Alzira espera por mim?


Quando você triscou por mim o aroma
Me despertou de um estado de coma
Quando você partiu pra mim o embaraço
Deu ferrugem nos meus nervos de aço


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Ahaha! :)

- Juliana, de boa.

domingo, 28 de junho de 2009

That's the way


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"I can't believe what people saying, you're gonna let your hair hang down..."

Flor de Limão

Me desfaça o coração, então;
como fumaça, que vai embora na noite:
por todos os lugares com o vento, dentro da chuva.

Eu caio no mar, eu caio na rua...



- Juliana, sem cor.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Entre os bares

(Between the bars - Elliot Smith)

Drink up with me now and forget all about
the pressure of days
, do what i say
And i'll make you okay and drive them away

The images stuck in your head

Drink up, baby, look at the stars, i'll kiss you again
Between the bars where i'm seeing you there
with your hands in the air, waiting to finally be caught


Drink up one more time and i'll make you mine
Keep you apart deep in my heart separate from the rest
Where i like you the best

(...)

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- Um segredo pra acalmar o coração.
Sem muito falar...

domingo, 31 de maio de 2009

Olhos de rio

Que a luz da noite me trouxe
um presente bonito da lua
de terras distantes
com olhos sorridentes;
Um poeta de tambor.

Um beijo doce e uma música;
que alimentava a alma e o corpo.
Lindo;
E eu quase adormeci.

E um poema, pro poeta
que nem sabe que virou

Andadas no centro deserto
Perigosa cerveja

E a noite que eu gostaria que acabasse aqui
enlouquecida, iluminada...



- Juliana, e sua nova paixão secreta.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Doce Sepulcro

Todas as noites meu quarto me vê.
Me vê como eu sou.
Todas as noites eu choro pelos dias:
os que passaram, os que ainda me destróem
e os que por fim, me matarão.

Todas as noites eu vejo meu fauno.
Ébrio, faceiro. Todas.
E às vezes alguém entra sem bater, machucando.
"Porque diabos choras?", "Te internarei num hospício!"

E eu choro pelo mundo, minha alma pobre...
Eu choro por você, e por mim.
No mundo que eu não escolhi viver,
em qual me atiraram, tal como se joga uma pedra em um poço velho.

Eu choro aqui, e quando fora daqui, é a minha alma quem o faz.
E a dor que eu sinto pelo mundo, não é para ser questionada.
Sofro porque o mundo é mundo, e desde que nele estou.

E não sei dele me libertar...

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Quinta de Olinda

Vai, se ela quiser ela vai.
E ela foi. Nem olhou o que tinha no cardápio:
falou com os olhos o que queria.

Vai, se ela gostar. E se ele gostar?
Teto, vermelho, cama, espelho, suor...
Fumaça que paira num quarto de malícia
e aquece ainda mais o corpo.
De novo, meu breve amor?

Faz uma música triste pra mim.
Me faz uma música sem fim...


- Juliana, Bultrins.

Gabriel e Xadrez

"Qual é o seu nome querida?"
Ele queria saber.
"O meu nome hoje é Alex."
"Você é linda. Você é brilhante."

Eu nunca esquecerei seus olhos;
Os seus olhos de festa.
Seus olhos que fechavam.
Sua boca.

"Eu quero ser preso! Eu não tenho medo!"

Vem aqui, meu presente de domingo...



- Juliana ébria, de Carnaval...

Tempestade

Pele ferindo, com gotas de chuva.
Entro num bar, fugindo de outro;
cabeça girando, cabeça baixa.

E por um momento eu pensei por quê?
Por que diabos se escondem todos?
E saí, de repente, pra lutar com a chuva.

Sozinha andei por muitos quarteirões,
Quarteirões infinitos, se estendendo na madrugada.
Segui o som e um amigo que não liga.
Sentei sozinha, onde eu me pudesse ver.

Eles passavam, confundindo com o lixo.
"Quanta honra!...Por estar aqui!" pensei com o coração.
Ele parecia tão eloquente falando sobre as coisas do mundo e da vida.
Passou por mim, e fingiu não me conhecer.

Cabeça de plástico, coração de pedra.
Você não é ninguém.


- Juliana machucada.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

(15° Andar do prédio do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFPE)

Muitos alunos se suicidaram, jogando-se desse mesmo andar. Alguns deles esperaram até o final do expediente da faculdade, e esconderam-se nesta escada, até que não houvesse mais ninguém além dos seguranças.

Madrugada

Duas almas que se destroem,
em todas as suas dimensões.
Duas almas que se encontram
no meio da madrugada, desesperadas,
em sonhos.

O corpo mutilado, o sangue pra destrair,
A dor que saí pra fora de mim
e arranca o pedaço, de qualquer coisa que ainda resta.

A fumaça e o rum, também pra destrair,
A dor dele, dói também em mim,
E rasga a mente, enlouquece...
Dilacera o que ainda resta.

Duas almas de um:
Fumaça, sangue, lágrima e rum.



- Juliana, rasgada.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Sexta-feira

Eu ia embora, como quem nada queria.
Saí do bar porque a alegria exagerada daqueles rostos me incomodou demais.

- Sorri, Juliana. Ou vai embora.

Então eu fui. Numa quase rebelião.
Caminhando eu fui, como quem nada quer. Um sorriso por um cigarro.

- Chega aqui.

E eu fui.
De todos os patéticos inquisitores, de todas as bocas curiosas e de todos os rostos confusos, que naquele dia tentaram me compreender, só ele soube me abrir a alma.

- Tu vai pro...
- Vou! E tu?!
- Não vou.
- Por que?
- Tô sem grana.
- Bora! Vai ser legal.
- Tu paga pra mim?
- Se eu tivesse com grana, eu pagava.
- Eu também.

E sorrimos conformados, como duas crianças. Me destraí, com a espontaneidade do momento.

(Particularmente, as bocas das pessoas me hipnotizam - e confesso que deve ser estranho pra meus objetos humanóides de contemplação, ver-me fora da mente, olhando as suas bocas falarem.)

É que em certos raros momentos, e são bastante rápidos, as bocas se riem de uma maneira encantadora. Durante dois milésimos de segundo, a boca dá um sorriso que parece sair da alma.

Pedro me destraía. Percebi, ou apenas tive a impressão, que ele olhava a minha boca também. Às vezes sem cerimônia, às vezes como quem não olhou. Pronto. Pra mim, eram duas bocas que se olhavam. Duas bocas que se divertiam. Duas criaturas que se contemplavam. Sublime distração inesperada, que me fez sorrir a alma.


Com uma bermuda e esse sorriso apenas, e seus olhos apertados, que também parecem sorrir, eu sonho com ele e sua boca. Acordando e falando, num quarto de Olinda, num dia de sol...


- Juliana distante, achando que tem poesia onde não tem.

domingo, 26 de abril de 2009

Sessão

De todas as formas que poderia pagar, pelo que eu faço a mim mesma e aos outros.
É a pior de todas, viver em mim.
Vã filosofia essa, que guia a alma ao topo e ao abismo.
Vazio nada pensar, que me enriquece e me tira a vida.

De todas as formas belas em que eu poderia pensar.
Me entorpece a solidão. Mesmo num domingo de sol, um rio nos meus olhos desesperados.
Rio de delírio. Delírios de dezembro. Delírios da vida inteira.

"Vamos, diga-me o que te aflige! Eu quero escutar."
É meu dissimulado "sim".
É guardar-me em mim, irmão querido, e me atirar.

Todos os poetas que moram em você, podem sentir.
Todos os Augustos, Fernandos, Gregórios...
Eles sentem o cheiro póstumo que sai de mim.
Mas que você, pela sua própria boca sóbria, não ousaria pronunciar.

Magnânimo auto-flagelo.
Inexorável ignorância.

E assim continuamos morrendo:
Sozinhos.

- Juliana, sincera.


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"Toda criatura viva na Terra morre sozinha."
(Donnie Darko)

O pirata e seu navio fantasma.

Eu poderia vê-lo.
Se essa manhã tivesse nascido ontem.
Eu poderia vê-lo como se estivesse dentro de mim.

Se não fosse a mente correndo,
se não fosse meu pesar,
se não fosse toda a minha vida,
eu poderia vê-lo.

No meio da noite, na minha janela.
Eu posso vê-lo melhor.

Se não fosse esse frio,
se não fosse essa música triste,
se não fosse pelas lágrimas, que eu derramo agora
Escrevendo sobre você, que não vê, nem poderia...

Essa nota me lembra você.
E que nota me lembra à você?
E todas as notas, que me levam a você...
É meu sangue que pede, é minha alma que pede.

Todos esses cadáveres nunca me entederiam.
Todos esses cadáveres nunca me completariam.

E eu viro um corpo. À deriva na vida.
Esperando pela morte, que talvez não me leve a você.
Nem poderia!

Nossa paixão pelo nada, nos une mesmo entre dimensões.
Nossa paixão pelo exagero, nos completa em vidas diferentes.

O rei do deserto e a rainha da estrada:
Sozinhos. Completos. Perdidos.
Sem motivos pra sorrir, mas sorrindo.
Não necessariamente, pelos mesmos não-motivos
do resto do mundo-morto...

Sete palmos abaixo, quem sabe?
Um tiro, um trago e um drinque.

E nós dois, dentro de nós dois, por no mínimo mais dez eternidades.
(Secretamente...)

- Ju

liana viajando...

Rosa de fogo

Rosa de fogo;
Tal qual o eremita.
Rosa de fogo grita:
Eu morri!

A serpente e a águia:
Uma ao meu lado, e a outra também.
Definindo minha posição.
E a Rosa grita, alto:
Eu morri! Na prisão!

A lama bate, machuca, endurece, lama suja...
E na água turva, a Rosa mergulha;
E queima, e sofre, se afunda...
No que restou de suas próprias cinzas.

Rosa em chamas na multidão.
Rosa gritando alto.

Rosa morreu - há tempos atrás.

- Juliana.

Corpo de chão

Há quem prefira o chão.
Há quem o chão prefira.
Perfura e fere;
a alma, e a mente quase mata.

Há quem prefira o chão.
E o chão me escolheu.

Abre, pega o copo, finge...
Me dá o teu melhor sorriso,
O teu sorriso gelado...
Pra que todo mundo veja,
Que essa boca não serve pra teus ouvidos.
Me dá o teu sorriso gelado.
Me dá um tiro!

O chão eu prefiro,
E hei de nunca nele descansar.

- Juliana, no chão.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Une vitae. Vida.

Uma vida.
Viva

Não ligue pra ignorância
A vida não é material.
o amor não se mede.

Não ligue para o sofrimento
a dor pode sempre mostra algo de bom.
os problemas podem sempre te fazer mais forte.

Não ligue para os 'outros'
eles não te conhecem.
eles não sabem o que dizem.

Não ligue para os obstáculos
você é capaz
você pode vence-los

Não ligue para a falsidade,
você é melhor que isso
você é bem melhor.

Não ligue para a fama,
eles te amam quando está na capa
quando não está, eles amam outro

Não ligue para a arrogância,
eles não são melhores que ninguém
eles não são tão bons assim.

Não ligue para os idiotas,
eles são apenas, idiotas.

Sorria como se fosse o último sorriso
faça amor como se fosse a última vez
tome um vinho, como se fosse o melhor
comemore, como se fosse a última vez
ame, como se não se importasse em receber amor também.
pise, como te pisam.

E pricipalmente
Não ligue se esses são seus últimos segundos em vida
a morte é apenas uma porta
para uma outra vida de sorriso, sexo, amor e vinho.

Uma vida.
Viva.

- Juliana nascendo à 3 anos atrás.