quinta-feira, 5 de julho de 2007

Amor Parnasiano

Você vai sentir falta do cabelo,e do perfume, e da liberdade
Você vai sentir falta da sua loucura
e da sua mente alcoólica

Você vai sentir falta até mesmo

do cheiro de cigarro e de luxúria
E não a encontrarás em outros corpos,
em outros olhos

Você vai sentir falta
de sentir o sangue quente dela,
que corria da cabeça aos pés
e a fazia esquentar mais 4 ou 5 graus.

Você acha essa gentil e sã,
tudo que ela não era
Nessa você não encontra os vícios dela.
Nem os defeitos.
Essa? Essa é um doce!
Um doce parnasiano.

Mas ao doce, falta a pimenta e o tempero
e o sorriso salgado, de quem já foi doce,
e não mais liga se é, ou não amado.

Ao vencedor, as batatas(doces)!
Que logo te farão vomitar.
Não estás preparado ainda, para o amor livre
que não te acorrentará jamais.

Me curvo e aplaudo sua bela atuação republicana
de enamorar-se de um espécime tão perfeito e tão oco.


- Juliana

2.000 Km

"A distância diminui as paixões medíocres e aumenta as grandes, assim como o vento apaga as velas, mas atiça as fogueiras."

- Goethe

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Penso, logo resisto.

Olha! Olha como brilha o anel de ouro da menina rica
na capa da revista com sua beleza anoréxica e doentia
Olha! Olha como brilha o olho da menina pobre,
sonhando com seu anel e sua camisa.

Os novos sapatos de cristal, as novas fadas madrinhas.
Olha como brilha o ego e a insensatez!
Como brilha a ingnorância e a alienação!
Como brilha a sua gordura retirada na lipoaspiração,
tua parte, tua carne, num lixo de hospital.

E falam de nós, que não nos rendemos ao politeísmo cirúrgico
Nós que não rendemos ao culto de grifes
Ao modelo de figuras sórdidas, em um mundo lúdico,
onde são veneradas as maçãs.

Ela não sonha em mudar o mundo, ela quer ser rainha.
Suas roupas, seu dinheiro, sua chapinha...
Ela não almeja e nem aspira,
ela fraqueja e delira,
e quer transfundir poder para seu sangue de labuta
com um diamante, um carro e uma saia de puta,
para seu sucesso alcançar.

Pois eu me rendi, de corpo e alma, aos 'delírios' da minha mente,
para enxergar além do brilho do anel e do olho.
Sou a escória da sociedade contemporânea:
eu penso (logo resisto).


- Juliana