segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sol

O virtuoso solar de quase-verão,
vindo com esses ventos de setembro
O Sol, um guerreiro, um ator.
Dois atores, fingindo não sonhar um com o outro.
Fingindo não pertencer.

E do deslize, involuntário, a hesitação de ficar
por muito tempo, olhando-o nos olhos.
É a coisa mais difícil, poeta...
Mandar a cabeça não obedecer,
a química, o cheiro, o sangue.
Pois tudo se bate.

E nos debatemos como dois lobos, que somos.
Dois lobos, loucos. Forçando nossa natureza.
Forçando a nossa plenitude.
Agonizando neste porão de cegos.

Porque só a loucura explica isso.
Só a loucura explica o cheiro da varanda e do parapeito.
Só a loucura explica a discordância de nossas palavras,
e a nossa briga entre espadas e violões e palavras de homens,
filósofos e poetas.

Entre livros e fumaça, às vezes procuro você.

- Juliana, fria.

Nenhum comentário: