Eu poderia vê-lo.
Se essa manhã tivesse nascido ontem.
Eu poderia vê-lo como se estivesse dentro de mim.
Se não fosse a mente correndo,
se não fosse meu pesar,
se não fosse toda a minha vida,
eu poderia vê-lo.
No meio da noite, na minha janela.
Eu posso vê-lo melhor.
Se não fosse esse frio,
se não fosse essa música triste,
se não fosse pelas lágrimas, que eu derramo agora
Escrevendo sobre você, que não vê, nem poderia...
Essa nota me lembra você.
E que nota me lembra à você?
E todas as notas, que me levam a você...
É meu sangue que pede, é minha alma que pede.
Todos esses cadáveres nunca me entederiam.
Todos esses cadáveres nunca me completariam.
E eu viro um corpo. À deriva na vida.
Esperando pela morte, que talvez não me leve a você.
Nem poderia!
Nossa paixão pelo nada, nos une mesmo entre dimensões.
Nossa paixão pelo exagero, nos completa em vidas diferentes.
O rei do deserto e a rainha da estrada:
Sozinhos. Completos. Perdidos.
Sem motivos pra sorrir, mas sorrindo.
Não necessariamente, pelos mesmos não-motivos
do resto do mundo-morto...
Sete palmos abaixo, quem sabe?
Um tiro, um trago e um drinque.
E nós dois, dentro de nós dois, por no mínimo mais dez eternidades.
(Secretamente...)
- Ju
liana viajando...
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