Tu querias o quê José?
Tua mulher, teu discurso e teu carinho?
Noites mais frias te espreitam,
mais bondes irás perder.
Já que não pode, beba.
Já que não pode, fume.
Fugir, mofar
e agora o quê, José?
Sua palavra perdeu a doçura,
nem febre, nem fome,
nem gula, nem jejum,
nem ódio, nem amor,
nem incoerência - e agora?
Sem chave, sem porta
sem mar, sem Minas
e agora o que farás José?
Gritar, gemer, que importa tocar uma valsa
de Viena ou de Paris?
e agora José me diz,
o que queres?
Sozinho, sem nada, sem vida.
Viver como general ou alferes, tanto faz.
Não espere pela poesia José,
da mulher das pernas de louça
por quem vives a suspirar.
Levanta-te e anda José,
prá qualquer lugar.
- Juliana, cansada do Zé Estático
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