terça-feira, 7 de agosto de 2007

Levanta José

Tu querias o quê José?
Tua mulher, teu discurso e teu carinho?
Noites mais frias te espreitam,
mais bondes irás perder.
Já que não pode, beba.
Já que não pode, fume.

Fugir, mofar
e agora o quê, José?

Sua palavra perdeu a doçura,
nem febre, nem fome,
nem gula, nem jejum,
nem ódio, nem amor,
nem incoerência - e agora?

Sem chave, sem porta
sem mar, sem Minas
e agora o que farás José?

Gritar, gemer,
que importa tocar uma valsa

de Viena ou de Paris?
e agora José me diz,
o que queres?

Sozinho, sem nada, sem vida.
Viver como general ou alferes, tanto faz.
Não espere pela poesia José,
da mulher das pernas de louça
por quem vives a suspirar.
Levanta-te e anda José,
prá qualquer lugar.


- Juliana, cansada do Zé Estático

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