Enquanto o veneno tomava conta de nossos corpos ainda cobertos, pelas máscaras do nosso cotidiano tedioso e sem gosto eu olhava atentamente, sua boca abrir e fechar, e sorrir, e dizer qualquer coisa, que também me causasse a mesma expressão.
"Eu te amo"
Eu quis dizer. Mas não movi um músculo sequer.
Eu te amo. Eu te amo?
Eu sei quem você é. Eu sei o que você é.
E quando você faz as suas notas delirantes percorrerem pela casa, eu sinto que eu poderia comê-las.
Deglutir as canções, que você criou, para outra pessoa.
Mas que foram feitas pra mim.
Mesmo que você não saiba.
Eu consigo ver pelos seus olhos, brilhantes
que você também sabe disso.
Eu te amo.
Mesmo que você não saiba.
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